Excerto Cumpridos dez anos de prisão por um crime que não pratiquei e do qual, entanto, nunca me defendi, morto para a vida e para os sonhos: nada podendo já esperar e coisa alguma desejando — eu venho fazer enfim a minha confissão: isto é demonstrar a minha inocência. Depois de dez anos passados na prisão, acusado da morte de Ricardo, Lúcio clama pela sua inocência perante "um crime fantástico, sexual, anormal", numa "confissão" em que Sá-Carneiro deposita todas as linhas temáticas que lhe granjearam o estatuto de poeta maldito: o amor pervertido, o suicídio, a incompletude e a alienação existencial. Mário de Sá-Carneiro constitui ainda um paradigma da prosa modernista portuguesa pela publicação das narrativas Céu em Fogo e A Confissão de Lúcio, construídas frequentemente a partir do estranhamento de um narrador insolitamente introduzido em situações onde o erotismo, o onirismo, o fantástico, se associam aos temas obsessivos do desdobramento e autodestruição do eu. A Confissão de Lúcio : Autor: Mário de Sá-Carneiro Categoria: Literatura: Idioma: Português: Instituição:/Parceiro [bv] Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro / USP Ano da Tese : Acessos: 15.812 ... A Confissão de Lúcio mostra como as diferentes imagens do «fogo» correspondem às diferentes expressões de dizer a Arte e a Vida. Neste sentido, o fogo condensa simbolicamente a novidade defendida pela estrangeira a voluptuosidade é uma arte e a vida é voluptuosa. A Confissão de Lúcio, considerada a mais importante obra de Mário de Sá-Carneiro, tem como base o triângulo amoroso entre Lúcio, o seu amigo Ricardo de Loureiro e a mulher deste, Marta.
edição, 1989. Ao Leitor: Acabou de ler a introdução à obra de Mário de Sá Carneiro - A Confissão de Lúcio.